Atingir uma velocidade de praticamente 225 km/h numa moto com um motor
de 50cc é um feito realmente impressionante!
Penso que o recorde já não nos pertence(desde 2004), e como já não temos
mais casal actual mente (graças ao actual regime abrilista,regime não
,, antes corja abrilista ou se calhar corja de chupistas) já mais
voltaremos a ser detentores do recorde mundial de velocidade de 50 cm3.
A Metalurgia Casal foi a maior empresa Portuguesa do sector das 2 rodas.
Nenhuma outra empresa conseguiu ter a capacidade produtiva e o numero
de unidades vendidas da Metalurgia Casal.
Nenhuma outra empresa nacional conseguiu produzir motorizadas, motas,
motores e alfaias agrícolas em grande escala e com um motor de produção
própria.
Casal conseguiu destacar-se da Zundapp e de todas as empresas nacionais,
tornando-se uma marca respeitada tanto no mercado nacional como no
mercado externo. A Metalurgia Casal deveu o seu nome ao seu fundador,
João Casal, e dele herdou todo o espirito empreendedor.
João Francisco do Casal nasceu em 1922 em Aveiro. Depois de deixar os
estudos foi trabalhar para os
caminhos de ferro em Peso da Régua. Em
1945, a convite de António Marabuto, fundou uma empresa de comercio de
mercearias. Deixou mais tarde esta empresa e fundou outra do mesmo ramo.
Foi através destas empresas que João Casal viajou regularmente à
Alemanha, na tentativa de exportar produtos alimentares. Terá sido
nestas viagens que terá tomado contacto com a enorme indústria
motociclistica e automobilistica Alemã. Talvez tenha sido desse contacto
com a indústria Alemã que João Casal tenha tido a ideia de construir
uma empresa de motorizadas em Portugal. Anos 50:
Em 1953, pede autorização ao governo Português para exercer a montagem
de motorizadas com motor Zundapp, mas graças á enorme pressão exercida
pela Famel e pela Vilar, o pedido é negado.
Anos 60
Em 1961, João Casal, dois irmãos e um primo, fundam a Casal irmãos e
Companhia( mais tarde Veículos Casal).
Nesta oficina, monta, vende e repara motores Zundapp, que vinham
desmontados para facilitar a sua importação. Para além disso, fabrica
alguns ( poucos) componentes para esses motores. Em 1963, João Casal
tenta pedir mais um alvará.
Parece que depois de ter visto o pedido para montagem de motorizadas
negado, João Casal tenta dar um passo de cada vez, conquistanto a
simpatia e o respeito dos governantes, para numa altura certa formular
novamente o pedido para criação de uma fabrica de motorizadas. Apesar do
protesto de todas as outras firmas de motorizadas, João Casal consegue
finalmente o alvará de construção de motores até 250cc. Em 1965 é
aumentado o capital social da empresa com o intuito de se começarem a
produzir os motores Casal.
A firma passa de um capital social de 6 000 contos(30 000 euros) para 30
000 contos( 150 000 euros).
Em Junho de 1966 inicia-se a produção do motor Casal e alguns meses mais
tarde inicia-se também a produção da scooter Carina ,iniciaram-se
contactos com vista a exportação de prdutos para o continente Africano (
peninsulas ultramarinas Portuguesas), continente Europeu ( Holanda e
Dinamarca)
A Metalurgia estaria exposta nas feiras de Juanesburgo e Milão. Anos 70:
Em 1970 é apresentada na Feira De Março em Aveiro, a K260, uma mota de
125cc que é posta á venda em 1972.
Em 1972 sente-se um pouco os sinais de uma pequena recessão nos lucros
na empresa, devido aos aumentos salariais dos empregados e aumento das
matérias primas.
A concorrencia por parte de pequenos montadores que conseguiam produzir
mais barato, e por consequencia vender mais barato, vêm agravar os
problemas da Metalurgia Casal. Em 1973, é posta á venda a Casal K270 de
125cc. Para assegurar a sua fiabilidade, foi efectuado um teste em
estrada com a duração de 15 000 km em 48 dias, em que foram atravessados
os seguintes países:
Portugal, Espanha, França, Itália, Jugoslávia, Bulgaria, Turquia,
Grécia, Austria, Alemanha, Suiça, Dinamarca, Suéçia, Holanda e Belgica.
Ainda em 1973, Holanda, Dinamarca e Estados Unidos da América tornam-se
bons mercados para exportação dos produtos Casal.
Em 1974, o Jornal Motor, transcreve um teste feito por uma equipa de
técnicos Franceses, que ficaram maravilhados com a motorizada K187S,
comparando as suas performances às de uma mota de 125cc.
Pós 25 de Abril :
A queda do regime fascista governado na altura por Marcelo Caetano, é
muito prejudicial á Metalurgia Casal e ás outras indústrias nacionais de
motorizadas.
Com a queda do já referido regime fascista, acaba o proteccionismo aos
produtos nacionais, A própria instabilidade politica que se vivia na
altura com o pós 25 de Abril, apesar de ter sido pouco sentida, também
ajudou a prejudicar a firma. Em Maio de 2000, surge a noticia de que um
grupo de crédores iriam recorrer a via judicial para exigir a falência
da Casal.
Surge ainda a noticia da destruição dos arquivos da Metalurgia Casal por
parte do Carrefour. Ao mandarem destruir o edificio onde estava o
arquivo da Casal, perdeu-se assim um importante testumunho de uma
empresa que marcou o país. Projectos de motorizadas produzidas, ou de
protótipos que nunca passaram à produção, como por exemplo o projecto do
automóvel Casal ou o projecto do motor nº 2 que bateu um record do
mundo de velocidade, entre outros, até ás fichas dos funcionários,
ter-se-á perdido todo o espólio conservado durante 40 anos. Em Março de
2004, volta-se a acender a chama da esperança. Surge uma noticia no
Jornal de Noticias a dar conta da troca de galhardetes entre o
Presidente da Cãmara Municipal de Aveiro, antigos funcionários da Casal e
novos investidores interessados na Casal. Os antigos funcionários da
Metalurgia Casal, assim como os novos investidores interessados na Casal
( Nuno Figueiredo, Arménio Lima, Jasmim Neto e a Fundador), acusam a
Cãmara Municipal de má fé, visto ter vendido o terreno prometido para
instalar a nova fábrica da Metalurgia Casal. O certo é que já não há
moldes nem máquinas para se produzirem motorizadas, pois estes
infelizmente foram vendidos a um sucateiro. Como e o que é que iria
produzir esta nova fábrica da Metalurgia Casal? Muito pouco respeito por
uma empresa que tanto deu a Portugal......
in http://www.acores.net/blogger/view.php?id=15691
deixa-me mesmo triste esta historia... enfim...o povo que fomos e o que somos agora...
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ResponderEliminarAcabo de ler este contexto e o sentimento dá se por todo país, o número grande de fabricas que fecharam e os grandes armazéns de Chineses que nada fazem se não vender artigos de fraca qualidade....viva Portugal...
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